Contudo, todo o final de raça-raiz, projeta o mundo numa grande atrofia cultural e civilizatória, em função do Kali Yuga, a “Idade Negra” materialista que encerra o ciclo. Por esta razão, os ideais da comunidade e do comunismo, têm inspirado sonhos e revoluções nos últimos séculos, como intuição daquilo que deve ser realizado para encerrar a História (igualitarismo) e renovar a Civilização (fraternidade). Esta intuição vela a marca da iniciação coletiva que abre as raças, através das experiências do êxodo urbano e da comunidade, levando à renovação da humanidade e à implantação da Idade de Ouro.
É natural que o enfoque europeu fosse pautado pelo materialismo que nasceu com a Ciência moderna, em reação ao chamado “obscurantismo” que reunia as monarquias decadentes e uma Igreja corrompida.
Mas, no final do Século XV se deu o evento da Descoberta das Américas. Iniciava ali uma Nova História, destinada a servir de base para uma nova humanidade. Este diferencial suscitou uma poderosa rivalidade Oriente x Ocidente, acirrada pela teoria marxista da luta de classes, envolvendo não apenas ideologias em conflito, mas duas Histórias em movimento. O resultado foi a Guerra Fria, de conseqüências terríveis para inúmeros países, que tiveram o seu curso natural alterado; sob o tacão das ideologias imperiais dominantes. Com isto, os mecanismos políticos deixaram de ter efeitos transformadores, resultando numa grande atrofia civilizatória, de forte fixação urbana e esvaziamento rural, de exploração natural esgotadora, de megaprodução industrial, consumismo desenfreado e crises ambientais galopantes.
O ultimato moral foi lançado quando as drogas atingiram as fronteiras mais alarmantes, que é a própria infância! Porque a evolução social do mundo está perigosamente estagnada nos interesses da burguesia, uma etapa social há muito consolidada em toda parte, gerando assim a atrofia social e o desequilíbrio cultural. E a grande causa é a tirania e o monopólio dos recursos vitais. Afinal, se a bipolarização do mundo era temível, hoje se percebe que a hegemonia globalizada pode ser igualmente trágica.
É preciso encontrar novos caminhos e fazer entrar em jogo novos atores, com inteligência, determinação e destreza. Tal coisa tem sido feita, afinal, muitas e muitas vezes, mas sempre como um apelo ao Alto, ao Todo, ao Universal. Por isto, quando o povo invoca as forças superiores e a intervenção divina para salvar o país, ele sabe o que está dizendo, ainda que ignore a forma como isto possa ser realizado. Contudo, a solução pode ser alcançada, agora e em outras ocasiões do passado e do porvir, porque se trata da resposta da Tradição, atestada nos mitos e prescrita pela História.
Ora, a idéia de “vencer o sistema desde dentro do sistema”, é uma falácia, uma ilusão e uma presunção. Já que eles cercearam a democracia (não confunda com o voto!), somente resta renunciar “inteiramente” ao sistema. Esta é a verdadeira “Revolução Silenciosa”, que não se envolve em conflitos humanos e sociais, se reportando diretamente às Fontes da vida! Por isto é a verdadeira medida-de-transformação que os pacifistas deveriam adotar. Todas as utopias e revoluções falharam, porque ainda buscaram dialogar com o sistema, e assim o sistema as engoliu. Para vencer o sistema é preciso buscar o anti-sistema, que é a Ordem Natural que une céu, homem e terra.
Toca pois realmente construir, sobre o único esteio seguro da Tradição, que traz no seu universalismo o equilíbrio de todas as coisas. As utopias foram apenas o prenúncio do tempo chegado das profecias, e da renovação dos cânones sagrados de evolução.
A nova geração de militantes místico-ambientalistas, se destina a colocar a pá-de-cal derradeira sobre o capitalismo predador, ao “solapar” as bases culturais da burguesia, as cidades ou os burgos mercantilistas, desinchando as cidades grandes e forjando bases rurais alternativas, forçando o sistema a ser mais justo em toda parte. Da mesma forma que toda a superação do Estado ou sua atrofia, deve focalizar as cidades (ou para fora delas), que são as bases naturais do Estado e da própria civilização. Até porque, o moderno imperativo histórico da Ecologia, deve ser vivenciado na íntegra e socialmente. Esta geração está aprendendo agora as suas últimas lições, tal como a necessidade da rebeldia também ser organizada e unida, inteligente e estratégica.
Passados 500 anos de História (o “ciclo-fênix” de renovação dos egípcios), e ante o portal da nova Era solar em 2012 que abre o Sexto-Sol ou a Sexta raça-raiz, desponta nas Américas uma nova Matese filosófica, reunindo os saberes modernos e os conhecimentos tradicionais, sob a opção quântica transformadora da comunidade rural-mística.
A fim de não dispersar forças e concentrar esforços, a Sociedade Alternativa buscará uma região específica para manifestar as suas atividades, a saber: o centro do país, seguindo assim o preceito agarthino de centralidade e de equilíbrio.
A instalação, a dinâmica e a organização das comunidades, deve seguir a ordem natural e orgânica, semelhante à reprodução das células, das colméias e das tribos indígenas. Ou seja, tudo inicia de uma célula-mater, que chegado a certo ponto se divide -e assim sucessivamente.
As quatro classes sociais serão definidas em relação à natureza das atividades, mas também por suas metas espirituais: a saber: salvação, iniciação, iluminação e compaixão (redenção universal).
Também se integra a tudo dentro de um sistema flexível de educação permanente. Já está provado, pois, pelo testemunho dos tempos: a única revolução verdadeira, é a vida alternativa, a sociedade tradicional, a comunidade rural-mística! É através disto que se procede a própria refundação do mundo.
Esta é a Pedra-de-fundamento da vossa construção. Por tudo isto, conclamamos, enfim: - Guerreiros da luz -nacionalistas, espiritualistas, ecologistas e socialistas-, uni-vos! Porque a união é a força e a força é a transformação que todos necessitamos.
Versão completa:
http://agartha-anexos.blogspot.com/2011/09/manifesto-comunitarista.html
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