Porque os melhores homens compreenderam a comunidade e não propuseram nenhuma outra forma? Após a comunidade, para os mundos distantes!
Morya, “Comunidade - Signos de Agni Ioga”, de H. Roerich, # 133
MANIFESTO COMUNITARISTA -versão resumida
A Fraternidade representa um dos três grandes ideais humanos, juntamente com a Espiritualidade e a Ecologia.
Significam assim reunidos, os verdadeiros Pilares do Mundo, porque emanam da própria Trindade divina, possuindo como “Programa” a comunidade-rural-mística. A nova ênfase se dá na Ecologia e no Espírito santo, ou “Deus-em-nós”.
Contudo, todo o final de raça-raiz, projeta o mundo numa grande atrofia cultural e civilizatória, em função do Kali Yuga, a “Idade Negra” materialista que encerra os ciclos raciais. Também por esta razão, os ideais da comunidade e do comunismo, têm movido as gerações e inspirado sonhos e revoluções nos últimos séculos.
Tal coisa traduz uma poderosa intuição daquilo que deve ser realizado para encerrar a História (igualitarismo) e para renovar a Civilização (fraternidade).
Na verdade, esta intuição vela a marca da iniciação coletiva que abre as novas raças-raízes, através das experiências do êxodo urbano e da comunidade.
É natural que o enfoque europeu fosse pautado pelo materialismo que nasceu com a Ciência moderna, em reação ao chamado “obscurantismo” que reunia as monarquias decadentes e uma Igreja corrompida.
Contudo, no final do Século XV se deu o grande evento da Descoberta das Américas. Iniciava ali uma Nova História, com seus próprios ciclos e processos, destinada a servir de base para uma nova humanidade a se irradiar física e culturalmente a partir do Novo Mundo. Este grande diferencial de curso histórico, suscitou uma poderosa rivalidade Oriente x Ocidente, acirrada pela teoria marxista da luta de classes, quando na realidade envolvia não apenas duas ideologias sociais em conflito, mas duas Histórias em movimento.
O resultado disto tudo foi a Guerra Fria, de conseqüências terríveis para inúmeros países, que tiveram o seu curso natural alterado; sob o tacão impiedoso das ideologias imperiais dominantes no mundo. Com isto, os mecanismos políticos convencionais e a própria democracia, deixaram de ter efeitos transformadores.
Todo este processo resultou numa grande atrofia civilizatória, de forte fixação urbana e esvaziamento rural, de exploração natural esgotadora, de megaprodução industrial, de consumismo desenfreado e de crises ambientais galopantes.
O ultimato moral do sistema foi lançado quando as drogas atingiram as frontei-ras mais alarmantes, que é a própria infância! O sistema é um Moloch devorador que assassina os seus filhos. Porque a evolução social do mundo está perigosamente estagnada nos interesses da burguesia, quando na verdade esta etapa social já está consoli-dada há muito em toda parte, gerando assim a atrofia social e o desequilíbrio cultural.
E a grande causa atrófica, é a tirania e o monopólio dos recursos vitais. Afinal, se a bipolarização do mundo era temível, hoje se percebe que a hegemonia pode ser igual-mente trágica, quando se começa a observar todos os riscos da economia globalizada.
É preciso encontrar novos caminhos e fazer entrar em jogo novos atores, com inteligência, determinação e destreza. Tal coisa tem sido feita, afinal, muitas e muitas vezes, mas sempre como um apelo ao Alto, ao Todo, ao Universal.
Por isto, quando o povo invoca as forças superiores e a intervenção divina para salvar o país, ele sabe o que está dizendo, ainda que ignore a forma como isto pode ser realizado. Contudo, a solução pode ser alcançada, agora e em outras ocasiões do passado e do porvir, porque se trata da resposta da Tradição, atestada nos mitos e prescrita pela História. A idéia de “vencer o sistema desde dentro do sistema”, é uma falácia e uma presunção. Já que eles cercearam a democracia (não confunda com o voto!), somente resta renunciar “inteiramente” ao sistema.
Esta é a verdadeira “Revolução Silenciosa”, que já não se envolve em conflitos humanos e sociais, se reportando diretamente às Fontes mesmas da vida! Por isto é a verdadeira medida de transformação que os pacifistas deveriam adotar.
Todas as utopias e revoluções falharam, porque ainda buscaram dialogar com o sistema, e assim o sistema as engoliu. Para vencer o sistema é preciso criar o anti-sistema, que é a Ordem Natural que une céu, homem e terra
Hoje todas as utopias foram experimentadas e sua falácia colocada a nu. Toca pois realmente construir, sobre o único esteio seguro da Tradição, que traz no seu universalismo o equilíbrio de todas as coisas. As utopias foram apenas o prenúncio do tempo chegado das profecias, e da renovação dos cânones sagrados de evolução.
O Manifesto Comunitarista quer ser a voz ativa de uma geração, calada pelo martelo da História, e reunir os seus melhores projetos através da fórmula abrangente da comunidade-rural-mística, para que os frutos maduros dos sonhadores de ontem seja o néctar destilado dos realizadores de amanhã.
A nova geração de militantes místico-ambientalistas, se destina a colocar a pá-de-cal derradeira sobre o capitalismo predador, ao “solapar” as bases culturais da burguesia, as cidades ou os burgos mercantilistas, desinchando as cidades grandes e forjando bases rurais alternativas, forçando o sistema a ser mais justo em toda parte.
Da mesma forma que toda a superação do Estado ou sua atrofia, deve focalizar as cidades (ou para fora delas), que são as bases naturais do Estado e da própria civilização. Até porque, o moderno imperativo histórico da Ecologia, deve ser vivenciado na sua íntegra e socialmente.
Esta geração está aprendendo agora as suas últimas lições, tal como a necessidade da rebeldia também ser organizada e unida, inteligente e estratégica.
Passados 500 anos de História (o “ciclo-fênix” de renovação, segundo os egípcios), e ante o portal da nova Era solar em 2012, desponta nas Américas uma nova Matese filosófica, reunindo os saberes modernos e resgatando as práticas ancestrais e os conhecimentos tradicionais, inclusive de alternativas políticas e renovação social.
Eis que a data de 2012 abre o Sexto-Sol ou a Sexta raça-raiz, e todo novo Programa racial necessita ser implementado através da comunidade-rural-mística.
O êxodo e a comunidade, são as marcas maiores da iniciação coletiva que determina a fundação de uma raça-raiz, levando à renovação da humanidade e à implantação da Idade de Ouro.
MANIFESTO COMUNITARISTA -versão por extenso
Princípios
A Fraternidade representa um dos três grandes ideais humanos, juntamente com a Espiritualidade e a Ecologia.
Significam assim reunidos, os verdadeiros Pilares do Mundo, porque emanam da própria Trindade divina. De tal sorte que a crise da civilização pode ser medida diretamente através do afastamento deste ideal-fundador humano.
De fato, a nova ênfase se dá na Ecologia e no Espírito santo, porém toda a Trindade deve ser reevocada através disto, por que ela é Una, possuindo como “Programa” a comunidade-rural-mística, com núcleos reduzidos, extensivo à sociedade-urbano-religiosa, de expansão também comedida, e com a qual a comunidade interage “assistencialmente” fornecendo cultura de qualidade, e recebendo eventualmente apoio humano e econômico.
Assim, na prática, a Fraternidade se manifesta através da Comunidade, ideal máximo e original da condição social, integrando os contornos, a estrutura e a essência do Mapa do Destino.
Diagnóstico
Todo o final de raça-raiz, projeta todavia o mundo numa grande atrofia cultural e civilizatória, em função do Kali Yuga, a “Idade Negra” materialista que encerra os ciclos raciais.
Também por esta razão, os ideais da comunidade e do comunismo, têm movido as gerações e inspirado sonhos e revoluções nos últimos séculos.
Tal coisa traz a marca da Escatologia, e traduz uma poderosa intuição daquilo que deve ser realizado para encerrar a História (igualitarismo) e para renovar a Civilização (fraternidade).
Na verdade esta intuição vela a marca da iniciação coletiva que abre as novas raças-raízes, através das experiências do êxodo urbano e da comunidade.
Marcado assim pela “utopia” da irmandade e da igualdade, este ideal se inspira na verdade em muitas premissas e necessidades do corpo, da alma e do espírito, através das metas de culminação da História (“sociedade sem classes”) e da renovação da Civilização (“sociedade com classes naturais”), buscando-se combater os privilégios e a cristalização social.
É natural que o enfoque europeu do tema, fosse fortemente pautado pelo materialismo que nasceu, juntamente com a Ciência moderna, em reação ao chamado “obscurantismo histórico” que reunia as monarquias decadentes e uma Igreja corrompida.
Ademais, a raça árya que dominou aquele Hemisfério, estava então terminando. A atual data de 2012, pode ser considerada realmente o final daquele ciclo racial.
Contudo, no final do Século XV se deu o grande evento da Descoberta das Américas. Iniciava ali uma Nova História, com seus próprios ciclos e processos, destinada a servir de base para uma nova humanidade a se irradiar física e culturalmente a partir do Novo Mundo. Era a preparação da chamada “Sexta Raça-raiz” dos teósofos, ou o “Sexto Sol” dos maias-nahuas antigos, que a rigor começa nesta citada data de 2012.
Enquanto sucedia o expansionismo europeu após o seu apogeu teocrático, seguido pelas revoluções monarquistas, burguesas e proletárias da Europa, e desconstruindo assim toda a cultura local, a América prosseguia na organização das suas classes sociais, seguindo de certa forma um arco oposto de evolução, ou de construção sócio-cultural.
Em países grandes e complexos como o Brasil, é possível observar até mesmo o conhecido ritmo dos ciclos sociais, ilustrados pela mudança da Capital Federal a cada 200 anos e seu translado para novas regiões, destinada a um só tempo a organizar o país e a forjar uma nova etapa social da nação. Seguia assim naturalmente, a premissa tradicional de buscar “um novo espaço para um novo tempo” (mote do PROJETO EXODUS – UM MUNDO PRA TODOS), que é também a tática tradicional do êxodo regenerador, como a grande resposta da Tradição de Sabedoria ante a situação de atrofia cultural dos finais de ciclos sociais, civilizatórios e raciais.
Este grande diferencial de curso histórico, suscitou pois uma poderosa rivalidade Oriente x Ocidente, acirrada pela teoria marxista da luta de classes, quando na realidade envolvia não apenas duas ideologias sociais em conflito (como entendia Marx), mas sobretudo duas Histórias em movimento, uma que encerrava sob o peso do atavismo (na Eurásia), e outra que nascia com seu vigor juvenil (nas Américas).
O marxismo não acreditava que a democracia pudesse resolver os problemas estruturais das nações, e o drama da América Latina provou que ele tinha razão. Porém, também se viu que o próprio marxismo não teria condições de ser implantado no Ocidente, porque a sua leitura materialista da Historia, além de ser incompleta e redutiva, estava afeita basicamente à Eurásia.
O resultado disto tudo foi a Guerra Fria, de conseqüências terríveis para inúmeros países, que tiveram o seu curso natural alterado, suas economias devastadas, sua vida política abortada e suas lideranças destruídas; sob o tacão impiedoso das ideologias imperiais dominantes no mundo.
Com isto, os mecanismos políticos convencionais e a própria democracia, deixaram realmente em toda parte de ter efeitos transformadores, passando a refletir no Ocidente a estrutura política norte-americana de “democracia controlada”.
Todo este processo materializante de concentração de poder, resultou socialmente numa grande atrofia civilizatória, de forte fixação urbana e esvaziamento rural, de exploração natural esgotadora, de megaprodução industrial, de consumismo desenfreado e de crises ambientais galopantes.
Isto acontece por causa da atrofia do sistema e da baixa qualidade da cidadania, sendo uma coisa conseqüência da outra. Onde há gente demais, a demanda tende a suplantar a oferta e a competição se acirra.
Eis que as desavenças do inferno urbano não têm fim, cada vez mais as questiúnculas se acumulam nas delegacias e nos tribunais. Reclamam aqueles que não têm, se queixam aqueles que possuem. As drogas apresentam um apelo quase irresistível, numa juventude sem caminhos e na população entediada.
Quando uma pessoa sente o apelo de usar drogas e se torna dependente (pelo uso “regular”), então soa o alarme. Algo deve ser feito por sua vida! O ultimato moral do sistema foi lançado quando as drogas atingiram as fronteiras mais alarmantes, que é a própria infância!
O sistema é absurdamente complicado e elitista, cada vez mais as coisas são complexas e sofisticadas, porque desconhece, ignora e despreza a Natureza, e ainda quer substituir e monopolizar a vida como ocorre na transgenia. O homem quer reinventar a vida como um “Frankenstein”, e substituir a biologia pela mecânica, julgando que nisto está a qualidade de vida e a longevidade, ao passo que a consciência, foco de toda a Sabedoria das Idades, definha cada vez mais, desafiando tudo isto os decretos divinos que prescreve a morte como a renovação da vida.
Eis que a civilização se despe dos seus últimos traços de sentido e de valor. O empobrecimento completo é representado através da arquitetura retilínea e vazia. Para atestar que de fato é chegado o fim das coisas, sob o império da mais rala fruição.
O sistema é um Moloch devorador que assassina os seus filhos. Porque a evolução social do mundo está perigosamente estagnada nos interesses da burguesia, quando na verdade esta etapa social já está consolidada há muito em toda parte, gerando assim a atrofia social e o desequilíbrio cultural.
E a grande causa atrófica, é a tirania e o monopólio dos recursos vitais. Afinal, se a bipolarização do mundo era temível, hoje se percebe que a hegemonia pode ser igualmente trágica, quando se começa a observar todos os riscos da economia globalizada.
Após 20 anos de Ditadura e mais outros 20 anos de descaminhos, este é um país esfacelado que resta ao seu povo se conformar eventualmente com algumas maquiagens políticas (o chamado “fisiologismo”) anti-inflacionárias ou distributivistas, verdadeiras esmolas para o indigente social como são.
Eis que a educação é uma tragédia, a saúde é uma catástrofe, o desaneamento é inacreditável, o trato ambiental é um desespero, a justiça é uma quimera, a segurança é uma temerosidade, a burocracia é mastodôntica, a carga de impostos é acachapante e a política é uma tristeza - sem nunca esquecer da imensa produção de lixo, esta preocupante invenção moderna!
É, pois, o reflexo acabado de uma grande atrofia cultural e civilizatória, um quadro neocolonial estabelecido, do qual jamais se sairá através de simples medidas convencionais, sejam elas políticas ou revolucionárias.
Não: é preciso encontrar novos caminhos e fazer entrar em jogo novos atores, com inteligência, determinação e destreza. Não a revolução, mas a renovação; não a violência, mas a iluminação; não a revolta, mas a estratégia. Sim, não é impossível mudar as coisas, basta para isto sagacidade, coragem e habilidade. Tal coisa tem sido feito, afinal, muitas e muitas vezes, mas sempre como um apelo ao Alto, ao Todo, ao Universal...
Por isto, quando o povo invoca as forças superiores e a intervenção divina para salvar o país, ele sabe o que está dizendo, ainda que ignore a forma como isto pode ser realizado. Este MANIFESTO COMUNITARISTA demonstra cabalmente, como tal coisa pode ser alcançada, agora e em outras ocasiões semelhantes, do passado e do porvir, porque se trata da resposta da Tradição, atestada nos mitos e prescrita pela História, e pela qual os impasses humanos têm sido inegável e providencialmente resolvidos, através de medidas originais e superiores!
As reações ao quadro atrófico, aconteceram inicialmente em várias frentes durante a Guerra Fria, merecendo destaque três movimentos históricos, todos eles urbanos e rurais: 1. Os intentos comunistas e nacionalistas da guerrilha; 2. Os intentos da comunidade alternativa; 3. Os esforços pela redemocratização (partidos políticos, sindicatos, movimentos estudantis e ligas campesinas).
O primeiro foi abertamente combatido, pois tinha foro histórico e respaldo nos países comunistas, resultando ainda no acirramento das Ditaduras; o segundo foi apenas deixado à míngua e deu os resultados que tinha que dar, de criminalização urbana (favelas) e de crescimento espiritual rural; e o terceiro teve também os seus efeitos, seguramente mais aparentes e notórios que os restantes, porém conquistando uma democracia frágil e superficial -pese já haver sido extinta a Guerra Fria-, e desmerecendo então os esforços de toda uma geração. De todo modo, a democracia sempre pode auxiliar a encontrar novos caminhos, e a reduzir o custo da renovação das coisas.
Assim, teve início um período de intensa reflexão sobre a situação do mundo, levando muitos ao ceticismo e alguns a vislumbrar novos caminhos, todavia incipientes para fazer frente à muralha histórica do sistema e ao impasses mundiais, capaz de neutralizar até mesmo os esforços suscitados nas sucessivas “cúpulas” ambientalistas.
Disto tudo, restam meramente alguns nuances de renovação, focalizando especialmente o campo, onde vale mencionar os movimentos-sem-terra que se reforçaram no fim da Ditadura, mas que seguem quase estagnados porque o problema da terra é surpreendentemente problemático neste país. A luta pela reforma agrária, representa hoje o esforço social mais consistente da nação, muito embora as bases, os métodos e os objetivos devam ser ampliados e aperfeiçoados. Por isto, também surgem novas sínteses tradicionais resgatadas aos tempos, nascidas do Movimento Alternativo e com raízes no profetismo tradicional, com influência do Nacionalismo histórico em função da identidade do período e até das suas “vertentes culturais”.
Prescrição
Eis que a democracia formal se revela um sistema superficial, e a luta pelas armas não convém ou promete. A própria rebeldia e insubordinação, estão calculadas para não alcançar maiores resultados; os mecanismos de pressão e reivindicação do trabalhador, tem sido amplamente controlados. Apenas a terra segue um baluarte de libertação, porque proporciona independência.
Já que eles cercearam a democracia, somente resta renunciar “inteiramente” ao sistema, para recomeçar do “nada”, por assim, dizer, mas que na verdade é “tudo”, porque já não se trata de mera aventura e rebeldia, mas de uma franca orientação superior. O êxodo de Deus, é muito mais do que retomar uma “bucólica” vida agrária, é abrir enfim as portas da vida plena, sob a pauta da revelação universalista.
Agora que todos os projetos classistas foram experimentados, atestando as suas virtudes e limitações, cabe apenas ensaiar o Universalismo! Que se traduz como a energia fundadora e renovadora da “fraternidade universal”, a partir do pivô estratégico da comunidade rural-mística.
Tema tradicional, mas também objeto de ampla experimentação, a comunidade rural-mística pode “funcionar” ou não. Depende apenas de como se pratica e, é claro, de ser realmente o seu momento histórico, determinado sobretudo pela necessidade; sendo útil, neste caso, para resolver todos os problemas que surgem com as crises da civilização: moral, econômico, doméstico, social, cultural, espiritual, político, da saúde, etc., etc.
Não se pode dizer que não funciona, porque ela tem sido o baluarte da civilização através dos milênios, através de clãs, tribos, comunas, aldeias, ashrams, mosteiros e até de sindicatos e da própria família. Então ela não só “funciona”, como é vital para a renovação de todas as coisas, em todos os tempos.
A comunidade tradicional funciona, porque possui metas transcendentais. O comunitarismo é apenas o cavalo que se destina a conduzir até o destino almejado, e ele vem célere e garboso porque o destino é nobre.
O MANIFESTO COMUNITARISTA quer ser a voz ativa de uma geração, calada pelo martelo da História, e reunir os seus melhores projetos através da fórmula abrangente da comunidade-rural-mística, e desengavetar assim as suas idéias para a História, para que os frutos maduros dos sonhadores de ontem, seja o néctar destilado dos realizadores de amanhã.
Não casualmente, a Revelação é dada durante a formação da classe dos guerreiros, aqueles que têm uma causa pela qual morrer, que não temem a morte e que, portanto, estão fadados à Eternidade.
E destinada especialmente à geração dos guerreiros espirituais no pós 2012, que encerra a formação desta classe e prepara a etapa espiritual-religiosa da nação. Esta geração está aprendendo agora as suas últimas lições, tal como a necessidade da rebeldia também ser organizada e unida, inteligente e estratégica.
A nova geração de militantes místico-ambientalistas, se destina a colocar a pá-de-cal derradeira sobre o capitalismo predador, ao “solapar” as bases culturais da burguesia, as cidades ou burgos, como eram chamados estes centros urbanos mercantilistas, desinchando as cidades grandes e forjando bases rurais alternativas, forçando o sistema a ser mais justo em toda parte. Assim, mais uma vez, o marxismo falha ao enfatizar a industrialização e a base burguesa da economia.
Da mesma forma que toda a superação do Estado ou sua atrofia, deve focalizar as cidades (ou para fora delas), que são as bases naturais do Estado e da própria civilização. Até porque, o moderno imperativo histórico da Ecologia, deve ser vivenciado na sua íntegra e socialmente.
Assim, como zona predestinada à renovação do mundo, passados 500 anos de História (o “ciclo-fênix” de renovação, segundo os egípcios), e ante o portal da nova Era solar em 2012, desponta nas Américas uma nova Matese filosófica, reunindo os saberes modernos e resgatando as práticas ancestrais e os conhecimentos tradicionais, inclusive de alternativas políticas e renovação social.
Tal Matese dialética, recebeu então o nome universalista de “Religião da Civilização”, edificada sobre o emprego, a coordenação e a “superação” de raças, culturas, classes e religiões. E tendo como instrumento prático o PROJETO EXODUS – UM MUNDO PRA TODOS, destinado a promover a regeneração humana através do êxodo urbano e da reforma agrária coletiva, sobre as bases do “Evangelho da Natureza” e seu Programa Trinitário de Redenção humana, que é o tripé “Espiritualidade-Fraternidade-Ecologia”.
Trata-se também da Ciência da Genesiologia, que é a Escatologia focalizada na etapa de recriação das coisas, envolvendo as Regras da Refundação do Mundo, sobre os Princípios Universais da existência pautados pelo citado “Programa da Trindade”.
A nossa proposta é a da Comunidade Tradicional, plural e universalista, a única que realmente funciona e funcionou sempre em larga escala; e para isto objetivamos meramente “recolocar a roda em movimento”, para empregar a consagrada expressão hindu chakravartin. Tal coisa implica em resgatar e manter as estruturas da Sociedade Tradicional, devidamente adaptadas aos novos tempos, e movida por um novo espírito - a “Nova Aliança entre o céu e a terra”.
Quando falamos de Tradição, estamos na verdade nos reportando às dinâmicas-de-evolução e ao princípio do equilíbrio e da harmonia nas coisas; uma realidade à qual o ser humano está relativamente predisposto e capacitado, mas ao tempo apresenta dificuldades para encontrar sozinho, porque necessita atravessar as suas experiências uma a uma (podendo nelas se “perder” ou desviar) antes de alcançar as suas sínteses, e em função do complexo de energias contraditórias existentes no mundo e dentro dele mesmo, demandando educação, orientação, auto-cultura e exemplos edificantes.
A Sociedade Alternativa, não é apenas uma negação do sistema. Mas sim um esforço por refazer a verdadeira face da civilização, a partir das bases naturais, humanas e espirituais. Se inspira nisto, no princípio do Governo Paralelo do Mundo.
A única vocação possível da Comunidade Alternativa, é aquela de manifestar a Sociedade Tradicional. Isto deve ser visto como a intenção subjacente nos esforços destas gerações em buscar uma alternativa de vida, contra ou em paralelo com as imposições irracionais do sistema.
Como semente da Sociedade Tradicional, a Sociedade Alternativa manifestará de forma própria todos os raios da atividade social: política, religião, filosofia, ciência, economia e arte. A Sociedade Alternativa será tradicional, ou não será.
Estes são os Preceitos da Transcendência, que movem a evolução superior do mundo, dentro das Leis da Espiritualidade e reunidos para constituir os quatro níveis da Comunidade do Mundo:
1. A Revelação divina é o primeiro grande Alicerce da Vida, e outorga as Leis da Redenção universal. Ela reprojeta a humanidade a uma dimensão potencial de suprema transcendência, e se conecta diretamente com a massa da humanidade, despertando esperanças onde ninguém mais veria possibilidades de redenção. É a esfera da Ordem divinal.
2. A manifestação da Hierarquia outorga as Leis da Iluminação, preserva a tônica da evolução superior, mantendo a humanidade num patamar potencial de média transcendência, conectando-se para isto especialmente com as classes superiores. É a esfera da Ordem sagrada.
3. As classes superiores outorgam as Leis da Iniciação, realizam o esforço especial de preservar a conexão com a Hierarquia de Luz, e procuram dar assistência política e espiritual para as classes inferiores, mantendo-se num patamar potencial de baixa transcendência e preservando o tônus da santidade e do heroísmo no trato social. É a esfera da Ordem espiritual.
4. As classes inferiores outorgam as Leis da Salvação, realizam o esforço especial
de preservar a conexão com a Divindade, se esforçam para sustentar as classes superiores e manter um padrão de mínima transcendência potencial, produzindo, observando a justiça e respeitando as leis naturais. É a esfera da Missão religiosa.
Isto diz respeito, pois, à formação da Comunidade do Mundo, pautada tradicionalmente pela hierarquia que vai do céu à terra, e pela unidade-na-diversidade na horizontalidade ecumênica.
A estrutura da comunidade original, que é a verdadeira fraternidade universal e a comunidade do amor, traz a proximidade máxima entre os três grandes Centros de consciência do planeta: a Divindade, a Hierarquia e a Humanidade (simbolicamente, é Shambala-Agartha-Vaikuntha, e numerologicamente é o 3-7-12 da Cabala universal).
A Genesiologia atesta também que a Fraternidade é uma Lei cósmica de evolução, que avança com as raças e é fomentada pelas forças superiores.
E afirma, por fim, a necessidade de retomar certas bases naturais da cultura, da condição humana e da existência terrena em geral.
O MANIFESTO COMUNITARISTA fala de uma geração e aponta uma nação, buscando fazer convergir ambas as coisas, como um chamamento para a organização unida.
Um grande país sujeito ao (neo) colonialismo, é um mastodonte onde a centralização política faz a caricatura da unidade, alcançando apenas lançar tentáculos podres a toda parte. Por isto, propomos o incremento da regionalização, a fim de enfatizar a identidade cultural da nação e apurar a autonomia. As regiões nacionais são como países, grandes o suficiente, para centralizar etapas culturais do país.
A fim de não dispersar forças e concentrar esforços, a Sociedade Alternativa buscará uma região específica para manifestar as suas atividades, em especial as suas fundações originais. Para isto, também existe uma indicação na Tradição, a saber: o centro do país, seguindo assim o preceito agarthino de centralidade e de equilíbrio. É o resgate da idéia de unidade-de-nação.
Como síntese de tudo isto, o MANIFESTO COMUNITARISTA demonstra que a atrofia civilizatória apenas por ser enfrentada através do êxodo urbano e da organização da comunidade-rural, mística ou religiosa, visando contrapor culturalmente o sistema através da criação de alternativas de vida, rompendo assim o monopólio opressor que leva o mundo à perdição e à desesperança.
Teremos as comunidades dos perfeitos (mística) e as sociedades dos simples (religiosas). Das primeiras –que são as Ordens- se exigirá maior rigor e austeridade, e das segundas se fará um trabalho mais intensivo com as crianças e os jovens.
A atrofia da civilização, recebe comumente uma dupla interpretação. De um lado, existe o ufanismo do “fim da História”, e de outro lado, há o ceticismo do “fim do Mundo”. Alguns poucos têm energia para imaginar outra solução, daí a fantasia correr solta, a par com o desespero. Contudo, a fantasia também é um véu, um véu para a profecia e para a revelação, um véu para as novas possibilidades de evolução, que surgem através de um salto no desconhecido. Assim, a atrofia civilizatória também impulsiona um autêntico –e literal?- Rito de Passagem coletivo.
O êxodo urbano é determinado para contornar este aparente impasse cultural, quando a humanidade não vê saídas em seu próprio nível. É que o motor do êxodo, não é apenas a saída de um inferno urbano, é também a esperança da Terra Prometida. Para isto, este paraíso deve ser plural, deve envolver a promessa de novas conquistas, no céu e na terra.
A instalação, a dinâmica e a organização das comunidades, deve seguir a ordem natural e orgânica, semelhante à reprodução das células, das colméias e das tribos indígenas. Ou seja, tudo inicia de uma célula-mater, que chegado a certo ponto se divide -e assim sucessivamente. Da mesma forma, as comunidades se dividem quando alcançam certo número de pessoas, e suas estruturas estão internamente duplicadas, por assim dizer. Assim, a divisão também previne conflitos potenciais.
O tamanho da comunidade é coisa fundamental, ela deve alcançar e preservar a dimensão humana. O número de habitantes será definido de acordo com a capacidade de cada região, mas não deve ser pequeno demais para não ser débil, e nem grande demais para não se desumanizar. As dificuldades administrativas, em relação à segurança e alimentação, sinalizam o momento da atrofia. Não vale a pena aumentar a segurança e aprisionar os habitantes, somente para evitar dividir a comunidade. A qualidade de vida, é que deve ser preservada a todo custo.
As comunidades podem ter características próprias, cabendo se organizar interna e mutuamente segundo um ou mais critérios, denotando assim suas possíveis funções ou missões. Estes critérios podem ser modificados, segundo as necessidades internas do grupo ou do conjunto das comunidades.
As quatro classes sociais serão definidas, naturalmente, em relação à natureza das atividades, mas também por suas metas superiores, em torno das citadas Leis espirituais: a saber: salvação, iniciação, iluminação e redenção universal. Também se integra a tudo dentro de um sistema flexível de educação permanente. Estas são algumas das grandes medidas integradoras da Tradição.
Com tudo isto, se visa a organização de um núcleo da Sociedade Espiritual, devidamente orientada pela Escola Iniciática, tendo como símbolo a Arca de Noé. Assim, enquanto o mundo segue todavia se deteriorando ou colhendo os frutos amargos das suas opções equivocadas, a Sociedade Espiritual vai crescendo e influenciando cada vez mais um mundo progressivamente receptivo à renovação cultural.
Assim têm procedido as revelações através dos tempos, de modo que em alguns séculos, elas se alçam a uma condição de religião-de-Estado, e alcançam definir através disto uma nova Civilização. E assim a vida recomeça para todos.
Conclusão
Implantado mundialmente através de ditaduras-títeres a serviço do imperialismo, o capitalismo representa a sociedade do desperdício e do supérfluo, portanto ele é radicalmente suicida e alienante. Daí que o capitalismo necessita ser abolido e de forma emergencial. Não se trata de eliminar a burguesia, mas apenas as atrofias culturais chamadas “capitalismo” e “imperialismo” econômico.
A atrofia cultural vigente impede que a política dê frutos mais profundos, e a revolução pelas armas se tornou inviável. A melhor forma de combater o sistema é pela não-adesão, na busca de alternativas viáveis de vida, pois assim se quebra o monopólio cultural que lhe dá o seu único poder real sobre as pessoas.
Muitas propostas têm sido feitas modernamente, para tentar solucionar o problema, mas geralmente elas têm fracassado por serem excessivamente radicais. Hoje todas as utopias já foram experimentadas e sua falácia colocada a nu. Toca, pois, realmente construir, sobre o único esteio seguro da Tradição, que traz no seu universalismo o equilíbrio de todas as coisas.
Somente quem tem voz também tem vez, e é chegada a vez de uma nova geração antes silenciada e obrigada a buscar dentro de si os seus caminhos, a finalmente expressar as suas idéias e descobertas.
O mundo vive basicamente uma crise moral e administrativa: nunca se produziu tanta riqueza, e ainda assim o número de obesos supera hoje o número de famintos no mundo. Não é preciso dizer mais nada, para condenar enfaticamente o sistema globalista, este mesmo que anunciou as suas fundações no... Humanismo!
Em nome do combate à fome, “eles” devastaram a Natureza, desumanizaram o campo e abarrotaram as cidades, até o monopólio do alimento através da transgenia inventaram. Mas tudo não passa de concentração de poder e cobiça ilimitada. Pode haver qualquer segurança alimentar, estando o ser humano longe da terra e da Natureza?
Não, nunca é possível confiar no materialismo e no individualismo, nem mesmo sob o pretexto do “Humanismo”, pois isto é anti-humano e, por decorrência, é também anti-Deus e anti-Natureza. E é suicídio planetário, e veloz!
Assim, mais uma vez é preciso lembrar que os maus apenas têm poder através da omissão dos bons. É claro que o poder corrompe, mas os verdadeiros “bons” podem sempre articular um poder paralelo que neutraliza os excessos do sistema, através da organização autônoma na terra e sob conselho dos iluminados.
Esta é uma terra gasta, sim, mas é a nossa terra, e precisamos conseguir forças para libertá-la. Aquilo que pode ainda impulsionar um Novo Mundo, é a própria força da novidade, o renascimento da esperança de felicidade e de eternidade, quiçá de glória e de poder também, assim como de conhecimento transcendental.
Já está provado, pois, pelo testemunho dos tempos: a única revolução verdadeira, é a vida alternativa, a sociedade tradicional, a comunidade rural-mística! É através disto que se procede a própria refundação do mundo.
Esta há de ser a verdadeira contribuição do Novo Mundo, na renovação da Civilização. Esta é a Pedra-de-fundamento da vossa construção.
Por tudo isto, conclamamos, enfim: - Guerreiros da luz -nacionalistas, espiritualistas, ecologistas e socialistas-, uni-vos! Porque a união é a força e a força é a transformação que todos necessitamos.
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Da obra "Comunitarismo - a Refundação do Mundo", LAWS, Ed. Agartha, 2011
Versão reduzida
http://agartha-anexos.blogspot.com.br/2013/02/manifesto-comunitarista-voz-de-uma.html
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